Biografia de Inês Pereira Maciel
Poetiza caxiense formada em Direito, ingressou no funcionalismo público federal em 1979 como Auditora Fiscal do Trabalho. Exerceu cargos ao longo da vida pública, a citar, a Assessoria Especial do DRT-MA. Em 2002 afastou-se do funcionalismo público em decorrência de sua aposentadoria por tempo de serviço para dedicar-se integralmente à vida cultural e literária.
Inês Pereira Maciel empreende uma trajetória profissional no universo jurídico, espaço por muito tempo eminentemente masculino, universo que permeou/permeia no imaginário social como estritamente objetivo, técnico e falocêntrico. No entanto, isso não inibiu sua inclinação para o campo das artes. Em Provinciana dá vazão a uma voz feminina autêntica, fincada em raízes interioranas, que se orgulha de ser a tecelã de sua história.
A obra poética de Inês surpreende a critica com uma arte sensível e rica em efeitos estéticos, destoante de suas atividades como Auditora Fiscal, revestida de códigos normativos e formalidades, próprias daquele meio, porque Inês já traz em suas entranhas o veio artístico que lhe é peculiar. Não foi à toa que escreveu Quimera aos 13 anos de idade, poema que integra a obra Despida.
Inês iniciou sua carreira no campo das Letras escrevendo crônicas para o Jornal da Cidade, Caxias-Ma, cuja produção resultou na obra Ramos do Tempo, publicada em 2003. Como diz Jorge Bastiani no prefácio da obra:
Com crônicas embaladas em fatos pessoais e pitorescos ela nos descreve tempos idos; mostra-nos a sua intimidade, improvisa imagens que podem ninar pensamentos como também nos suscitar uma análise mais apurada entre o real e o imaginário sem nos deixar cair por tangentes. Mantêm-nos no texto como se num trilho, através de sua linguagem simples e objetiva.
Publicou Despida em 2008. A obra engloba poemas que falam de gemidos, silêncios, alegrias, despedidas, esperanças, perdas, cujas marcas o tempo não foi capaz de apagar. Falam também de pulsações, desejos e superações, fatores que, juntos, corroboram para o fortalecimento identitário feminino. A obra, revestida de construção memorialística, envolve lembranças familiares e vivências na cidade que a viu nascer, crescer e fincar raízes. Como uma teia de aracnídeo, cujos movimentos não seguem uma linearidade, o eu poético vai tecendo o passado, alinhavando o presente e projetando-se em direção ao futuro, eis, o sentido das nuances identitária.
Como reconhecimento de sua arte, Inês é integrante da Academia Caxiense de Letras, ocupa a cadeira de nº 18, em cuja casa vem desenvolvendo projetos artísticos- culturais em prol daquela comunidade.